terça-feira, 26 de março de 2013

DIABETE MELLITUS TIPO 2





    O Diabete Mellitus tipo 2 corresponde a 90% dos casos de diabetes. É também chamada de "diabetes do adulto", pois é mais frequente em obesos acima de 40 anos, embora atualmente observe-se também em pessoas mais jovens devido a maus hábitos alimentares e estilo de vida sedentário.
    A causa do Diabete Mellitus tipo 2 é devido a uma não produção de quantidade suficiente de insulina ou a uma incapacidade celular do organismo de usar a insulina produzida. Lembrando que a insulina é o hormônio que ajuda o corpo a absorver glicose e usá-la para produzir energia.

  • SINTOMAS 



  • TRATAMENTO
    Os objetivos do tratamento são: corrigir a hiperglicemia, conduzir o paciente a massa corporal considerada ideal, dar ao diabético condições de bem estar e vida normal na comunidade social e a prevenção das complicações da doenças.


    - NÃO FARMACOLÓGICO






    Relacionado ao estilo de vida. Envolve exercícios moderados regularmente, alteração da ingestão calórica e redução da massa corporal.






    - FARMACOLÓGICO

    1. Fármacos que estimulam a secreção de insulina
Auxiliam as células a promoverem a entrada de glicose na célula através do aumento da secreção da insulina.
    
    * Sulfoniluréias 
Utilizado por pessoas com Diabete Mellitus tipo 2, NÃO OBESOS, após 2 a 3 meses de dieta. Contra indicado para pessoas com disfunção renal (rins), hepática (fígado) e gestante pois contem enxofre em sua fórmula.
São utilizado 30 minutos antes das refeições. Podem ocorrer reações alérgicas, por isso é muito importante o uso de protetor solar.











    * Metiglinidas
    Deve ser utilizado imediatamente antes das refeições. Uma refeição é igual a uma dose. Sem refeição, se dose. Podem ser utilizadas em mono terapia ou associado a outros fármacos.






    2. Fármacos que aumentam a ação da insulina endógena
Auxiliam as células a promoverem a entrada de glicose na célula através do aumento da sensibilidade de receptores a glicose.

    * Biguanidas
Indicado para o Diabete Mellitus tipo 2, OBESO. Utilizadas durante ou após as refeições a fim de evitar o gosto metálico. É contra - indicado para gestantes, pessoas com disfunção renal (rins), hepática (fígado) e pacientes com risco cardiovascular evidente. É comum reações de náusea, vômito e diarreia além do paladar metálico. Essa classe de medicamentos não apresenta indicação apenas no Diabetes Mellitus, portanto se seu médico indicou a você um desses medicamentos e você não e diabético, não se assuste. Também é utilizado no tratamento de dislipidemias isoladas e na síndrome do ovário policístico.





     * Glitazonas
Pessoas com Diabete Mellitus tipo 2 que não respondem satisfatoriamente a dieta. Utilizado como mono terapia ou em associação a metformina, uma vez ao dia. Não sofre interferência de refeições.




    3. Fármaco que reduz a velocidade de absorção da glicose

* Inibidor da alfa glucosidase
Consiste em um fármaco que inibe a enzima alfa glucosidase e consequentemente retarda a absorção de glicose. Utilizado para pacientes diabéticos que possuem dieta rice em amido. Deve ser utilizado imediatamente antes das refeições, com a primeira porção de alimento. Pessoas que fazem uso desse medicamento podem observar flatulência, meteorismo e diarreia. Orienta-se o consumo de fibras.






   4. Fármaco que inibe a degradação do GLP-1

    * Inibidor da peptidase  - 4 dipeptidila
Utilizado como monoterapia ou em associação a metformina.














Bom pessoal, também de modo resumido um pouco sobre o Diabete Mellitus tipo 2. Existe muitas informações sobre esta doença procurem conversar e esclarecer suas duvidas sempre com o seu médico e farmacêutico. Também estou a disposição! As orientações sobre hipoglicemia, cuidados e higienizações dos pés que também são muito importante aqui, eu já deixei explicadinho no post anterior, deem uma olhadinha lá!Ainda temos muito o que conversar sobre este assunto... Próximo post acredito que falaremos um pouco sobre o monitoramento da glicemia. Mais uma vez, se você tem Diabete Mellitus, cuide-se pois as consequências de uma hiperglicemia não controlada, no futuro são graves. Beijos e até a próxima...









quinta-feira, 14 de março de 2013

DIABETE MELLITUS




Olá pessoal! Como vocês perceberam, hoje o nosso tema vai ser o Diabete Mellitus. Esse post é dedicado a uma amiga muito especial e querida, a Fabíola, que me sugeriu o tema. Mais uma vez o assunto é bastante extenso, então vou dividir ele em dois. Hoje falaremos sobre o Diabetes Mellitus tipo 1 e insulinoterapia. Então vamos lá!


    O Diabete Mellitus inclui um grupo de doenças metabólicas, que tem como principal característica a hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose. Esse níveis elevados podem ser resultantes de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. Porém, qual o problema que níveis elevados de glicose podem gerar, no decorrer do tempo? Este é o fator mais preocupante, pois causam lesões, disfunção e insuficiência de vários órgãos como: olhos, coração, sistema nervoso central e vasos sanguíneos.

DIABETES MELLITUS TIPO 1

    No Diabete Mellitus tipo 1 ocorre a destruição seletiva da células beta - pancreáticas (responsáveis pela secreção da insulina) devido a uma doença auto - imune. Há um processo de insulinite, onde estão presentes auto - anticorpos. Sendo em torno de 60% devido a uma causa genética e 40% devido a uma causa ambiental. 
    Ocorre geralmente em pacientes jovens e é frequentemente chamada de "diabetes juvenil". No entanto pessoas de qualquer idade podem desenvolver a doença.

    - SINTOMAS: 



 - TRATAMENTO: INSULINOTERAPIA




    Este tratamento tem como meta "imitar" a secreção endógena do pâncreas, com o objetivo de controlar a glicemia durante os vários períodos do dia, de maneira a evitar níveis elevados de glicose (hiperglicemia) e níveis baixos de glicose (hipoglicemia). Porém na prática isto não é tão simples de fazer, pois depende de muitas picadas e de uma monitorização rigorosa. Além disso o acesso a diferentes tipos de insulina, não é tão fácil muito menos muito barato!

    Vamos conhecer então, um puco sobre os tipos de Insulina:

- Insulina Humana 

  • Insulina Regular (R) 













    Insulina de ação rápida. São denominadas insulina solúveis e não modificadas. Devem ser utilizadas 30 minutos antes das refeições, para coincidir o pico de ação com a absorção do alimento. Duração da ação em torno de 5 a 8 horas. São disponibilizadas pelo SUS.


  • Insulina intermediária NPH
    Como o próprio nome diz, trata-se de uma insulina de ação intermediária. Uma modificação na estrutura da insulina, gerou a alteração na sua ação, ou seja, a absorção foi retardada. É utilizada em torno de 2 vezes ao dia 30 a 45 minutos antes das refeições. Duração de 18 a 24 horas.





- Análogos de Insulina

    São produtos sintéticos, provenientes de modificações na estrutura da molécula de insulina.

  • Ação ultra - rápida
    São elas as Insulinas asparte, lispro e glulisina. Essas insulinas possuem início de ação mais rápido que a Insulina Regular. Porém o tempo de duração do seu efeito também é menor.  Deve ser administrada imediatamente antes das refeições  ou imediatamente após a refeição. 



  • Ação prolongada
    São insulinas que quando comparadas com a insulina NPH apresenta ação mais prolongada. Tentam imitar a secreção basal de insulina. São elas a Insulina glargina e detemir. A Insulina Glargina deve ser administrada uma vez ao dia, pela manhã ou noite. A detemir pode ser aplicada uma ou duas vezes ao dia. Estas insulinas não devem ser misturadas a outras pelo risco da modificação da farmacocinética de uma delas.






- APLICAÇÃO:

    Para a aplicação de insulinas utilizam-se seringas , encontradas com apresentações de 30, 50 e 100 UI, ou canetas aplicadoras. As seringas permitem a mistura das insulinas para aplicação única, enquanto que as canetas são mais precisas e práticas. 











    Procedimentos para a aplicação: 

    1. Lavar as mãos com água e sabão;
    2. Dispor todo o material a ser utilizado sobre uma superfície devidamente limpa;
    3. Aspire com a agulha a quantidade necessária de insulina do frasco, verificando se há bolhas de ar na seringa. Caso haja, retire-as batendo levemente na porção final da seringa.
    4. Escolher a região onde fará a aplicação, lembrando sempre que deve-se realizar um esquema de rodízio, e limpe-a com um algodão embebido em álcool; 



    5. Fazer uma preguinha no local de aplicação e inserir a agulha reta (ângulo de 90 graus)



    6. Soltar a a preguinha e retirar a agulha;
    7. Descartar materiais reciclávis no lixo comum e a seringa com a agulha deve ser descartada dentro de uma garrafa pet. Quando esta estiver cheia, encaminhar ao posto de saúde mais próximo para que se dê o fim correto nesse material.




- HIPOGLICEMIA 

    Pessoas que possuem Diabete Mellitus devem sempre estar atentas a sinais e sintomas que indiquem  hipoglicemia, especialmente aquelas que fazem uso de insulina.
    A Hipoglicemia é a complicação mais comum por quem faz uso da insulinoterapia. Está associada principalmente a erros e irregularidades alimentares, a atividade física excessiva e mal executada e a doses elevadas de insulina.  Situações comuns do dia - a - dia que podem provocar hipoglicemia são:
- não realizar refeições nos horários programados, comer pouco, ou não se alimentar;
- consumir bebidas alcoólicas em excesso;
- erro na utilização da insulina;

     De modo a evitar essas situações, a pessoa que possui Diabete Mellitus, deve aprender a se alimentar, ou seja, balancear a dieta e seguir rigorosamente os horários, sem pular refeições. Deve evitar o consumo de álcool, se não for possível não ultrapassar o limite de uma dose por dia, ou duas doses por semana, entendendo que uma dose corresponde a 12g de álcool. Aprender a administrar corretamente o medicamento. Caso isso não seja possível contar com a ajuda de outras pessoas. E importantíssimo, aprender a reconhecer os sintomas da hipoglicemia:

- tremor
- tontura
- irritabilidade
- fome
- sonolência
- sudorese
- desmaios
- confusão mental
- batimentos cardíacos acelerados

    Ao perceber estes sintomas, procure se alimentar com alguma coisa e procure imediatamente o serviço médico, pois se o quadro não for revertido, pode-se chegar a um coma e até a morte.

ÚLTIMAS DICAS

    Procure dar bastante atenção a sua higiene pessoal, tomando cuidado ao se secar. Desse modo você evita a instalação de infecções secundárias.
    Procure estar se alimentando com regularidade, porém sem abusos. Leve sempre consigo, onde for um lancinho, como por exemplo um biscoite de água e sal.
   Ao sair para comprar ou buscar no postinho sua insulina, leve sempre consigo uma caixa térmica, pois a insulina em temperatura altas perde sua ação
    Ao chegar em casa, guarde imediatamente na geladeira sua insulina.
   Lembre-se esta doença ainda não apresenta cura, por isso cuide-se para que no futuro você  não sofra com as complicações. 
   Mesmo que nos exames seus níveis de glicose estejam dentro do referencial, isso não significa que você está "curado" e sim que os medicamentos que você toma estão fazendo seu efeito! NUNCA interrompa ou modifique a dose dos seus medicamentos sem o conhecimento do seu médico. Não escute balconistas, vizinhos e parentes. 
   Observe sempre a presença de machucados, principalmente nos pés, onde sua sensibilidade encontra-se menor. Qualquer machucado mal cuidado, evolui para casos complicados.







Bom, ainda existem muitas coisas para falar sobre este assusto e muitas outras orientações especiais para cada pessoa. Falei de um modo geral e com o que eu presenciei na prática da farmácia. Mas qualquer dúvida ou sugestão não deixem de falar. Procurem conversar com o médico e o farmacêutico da confiança de vocês. Deixo aqui a sugestão de um site para você darem uma olhadinha Sociedade Brasileira de Diabetes: http://www.diabetes.org.br/ . Próximo post falaremos sobre Diabetes Mellitus tipo 2 e outras terapias. 
Obrigada!!!
















quarta-feira, 6 de março de 2013

HIPERTIREOIDISMO X HIPOTIREOIDISMO



Olá pessoal! Hoje o post é dedicado aquelas pessoas com problemas na tireoide e que apresentam dúvidas sobre o assunto, ou que nunca entenderam ao certo o que exatamente isso significa. Espero poder ajudá-los...


A tireoide é uma glândula situada na parte inferior do pescoço, apresenta dois lobos que fazem com que se pareça com a forma de uma borboleta. Os hormônios secretados por esta glândula, agem sobre vários órgãos importantes do nosso organismo como o coração,cérebro, fígado e rins. Interfere por exemplo: no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso corporal, no humor, na memória, entre outros.
A partir do Iodeto, fornecido pela nossa dieta, a tireoide produz os hormômios T3 e T4, que possuem sua liberação regulada no hipotálamo e consequentemente na hipófise levando a liberação do TSH que agirá sobre a tireoide. Qualquer alteração na produção ou regulação desses hormônios geram problemas, dos quais falaremos um pouco.


  • HIPOTIREOIDISMO

Essa doença se caracteriza por uma deficiência dos hormônios da tireoide  ou seja T3 e T4 apresentam-se com níveis baixos. Na tentativa de aumentar a produção, nosso organismo envia um sinal, esse sinal faz com que os níveis de TSH sejam aumentados.

Causas:

1. Primária
 90% são devido a doenças auto-imunes (tireoidite de Hashimoto)
                  remoção cirúrgica da glândula 
                  destruição glandular

2. Secundária
hipopituriarismo ( insuficiência, parcial ou total, do funcionamento da hipófise)

3. Deficiência hipotalâmica

Sintomas: 


Para entender melhor:

- diminuição na freqüência dos batimentos cardíacos (menos que 70 batimentos por minuto)
- elevação da pressão sangüínea
- cansado ou lento nos movimentos ou raciocínio
- friorento
- sonolento durante o dia, mesmo após dormir toda a noite
- falta de memória
- dificuldade de concentração
- ganho de peso
- pele amarelecida, grossa, áspera e seca
- nas crianças: baixa estatura
- prisão de ventre (constipação intestinal)
- fluxo menstrual intenso
- eliminação de leite nas mamas
- infertilidade
- bócio (aumento anormal na região anterior do pescoço causado por um aumento de volume da glândula tireoide)

Tratamento: Reposição hormonal com levotiroxina sódica

O medicamento deve ser ingerido em jejum mínimo de 30 minutos antes da refeição.

Para aqueles que utilizam também omeprazol, pantoprazol, esomeprazol, que também precisam ser ingeridos em jejum a preferência é sempre do medicamento para o hipotireoidismo. Ou seja, a pessoa toma primeiro o medicamento para o hipotireoidismo e espera 30 minutos, após este tempo ingere o omeprazol, ou pantoprazol ou esomeprazol e espera mais 30 minutos.

OBS:    A dose do medicamento é determinada junto ao médico, através da avaliação de exames laboratoriais. O acompanhamento médico e farmacêutico é essencial.

     Mulheres grávidas com hipotireoidismo devem OBRIGATORIAMENTE usar o medicamento durante a gestação para evitar problemas ao embrião, porém durante a amamentação é CONTRA - INDICADO.




 







  • HIPERTIREOIDISMO

Essa doença se caracteriza por uma produção excessiva dos hormônios da tireoide,  ou seja T3 e T4 apresentam-se com níveis altos. Na tentativa de diminuir a produção, nosso organismo envia um sinal, esse sinal faz com que os níveis de TSH sejam diminuídos.

Causas:

80% derivam da Doença de Graves (doença auto - imune que leva ao estímulo da tireóide)
20% são devido a tumores

Sintomas



Para entender melhor:

-Ansiedade e irritabilidade
-Insônia
-Perda de peso sem perda do apetite (às vezes há aumento do apetite)
-Taquicardia = aumento da frequência cardíaca acima dos 100 batimentos por minuto
-Arritmias cardíacas
-Tremores nas mãos
-Retração das pálpebras
-Suores e calor excessivo
-Perda de força muscular
-Diarreia ou aumento do número de evacuações
-Diminuição ou cessação da menstruação
-Bócio


 


Tratamento:

1. Tireoidectomia: retirada da tireoide. Utilizada em casos onde há a presença de um tumor. Após a retirada a pessoa passa a apresentar hipotireoidismo e portanto irá fazer o tratamento apresentado no início deste post.

2. Terapia radioativa com Iodo: tratamento de escolha (21 anos) - promove a destruição do parênquima da tireóide e necrose epitelial.

3. Fármacos anti - tireoidianos
Possuem início de ação lento, ou seja, seus efeitos começam a ser notados em 3 a 4 semanas de uso.

 - Propiltiouracil (PROPIL)

Atualmente em desuso, indicado para mulheres grávidas.  Utilizado durante as refeições. Possui como inconveniente a irritação gástrica, hepática e da pele.



- Tiamazol (metimazol) TAPAZOL

Cerca de 10 vezes mais potente que o propiltiouracil.

Como os fármaco anti - tireoidianos possuem início de ação lento, no primeiro mês de uso, faz-se o uso de adjuvantes, fármacos que irão ajudar a controlar os sintomas. Os quais são:

- Beta - Bloqueadores - usados para evitar a taquicardia

- Glicocorticóides: reduzem os níveis séricos dos hormônios tireoidianos.

- Iodeto de potássio: administrado em altas doses atua na cinética enzimática, evitando disponibilidade enzimática para a formação dos hormônios.



Ultima observação! Frequentemente na farmácia aparecem pessoas que acreditam que irão interromper em algum momento o uso destes medicamentos e muitas vezes por conta própria deixam de utilizar. Gostaria de deixar claro, que infelizmente isso NÃO ocorre, por enquanto, pessoas com estes distúrbios NECESSITAM do medicamento cronicamente, ou seja, durante toda a vida. E ao deixar de utilizá-lo acabam fazendo mal a si mesmas. Por mais chato que seja, ter que usar um medicamento todos os dias, pensem em vocês, na sua saúde! mais uma vez, em caso de dúvidas estou a disposição.

Obrigada!!!