O que é Refluxo Gastroesofágico?
Consiste na passagem retrógrada (sentido oposto ao que deveria seguir) do conteúdo gástrico para o esôfago, algumas vezes atinge faringe e boca.
No recém nascido esse processo geralmente é benigno, parte da fisiologia e maturação gastrointestinal e por isso chamado de Refluxo Fisiológico. Ou seja, não compromete o ganho de peso e o desenvolvimento. De modo geral acaba antes do final do primeiro ano.
Já ouviram falar no termo "Regurgitador feliz?
Trata-se do bebê que apresenta regurgitações sem comprometimento do ganho de peso e crescimento. O bebê não apresenta dor, sofrimento ou desconforto por ter regurgitado.
O que posso fazer para o refluxo fisiológico do Recém Nascido?
1. Manter o recém nascido em posição vertical por 20 - 30 minutos após a mamada a fim de facilitar a eructação e o esvaziamento gástrico. Resumindo COLOCAR O BEBÊ PARA ARROTAR;
2. Colocar o bebê para dormir de barriga para cima com elevação da cabeceira a 30 - 40 graus. Aqui entra o que falei sobre o uso da rampa antirrefluxo. Ajuda muito mesmo, tanto no berço como no trocador.
3. Para bebês em aleitamento materno rever a técnica de amamentação, reduzindo a possibilidade de ingestão de ar. Se for o caso é interessante o aconselhamento com uma consultora de amamentação. Para bebês em uso de fórmula usar mamadeiras antirrefluxo com o objetivo de diminuir a ingestão de ar. Pode ser recomendado também o fracionamento da dieta, ou seja, um volume menor por mamada porém com mamadas mais frequentes (intervalos menores entre mamadas). E nos casos mais complexos pode ser indicado a utilização de fórmulas espessadas.
4. Evitar exposição ao fumo.
Por que o cigarro contribui para a piora do refluxo gastroesofágico?
A nicotina diminui a pressão no esfincter esofágico inferior do bebê facilitando a ocorrência de maior número de episódios de refluxo.
Importante que mesmo que seja um processo fisiológico do recém nascido este sempre deve ser acompanhado pelo pediatra que fará as recomendações de maneira específica para cada criança.
E a Doença do Refluxo Gastroesofágico, como saber diferenciar?
A doença do refluxo gastroesofágico ocasiona vômitos intensos, dificuldades durante as mamadas, deficit de ganho de peso, choro, irritabilidade, alterações no sono entre outros.
É importante também descartar a possibilidade de alergia a proteína do leite de vaca.
Aqui também cabem aquelas medidas passadas para o refluxo fisiológico, ajudam muito! Porém o uso de medicamentos pode ser necessário. Repetindo, sempre com o acompanhamento de profissionais. Nunca realizem a auto-medicação.
Desse modo temos:
1. Inibidores ou neutralizadores da secreção ácida:
Aqui entram duas classes:
👉 antagonistas dos receptores da histamina H2
Representada principalmente pela Ranitidina. Deve-se estar atento para o efeito de taquifilaxia, que consiste na perda de ação com o transcorrer do tempo e onde o aumento da dose não melhora a eficácia do tratamento.
👉inibidores da bomba de prótons
Um exemplo é o omeprazol. São em geral primeira escolha para o tratamento, porém apresentam como desvantagem a forma farmacêutica e o custo. Com relação a forma farmacêutica são encontrados como comprimidos dispersíveis por questões de estabilidade. A retirada desse medicamento deve ser sempre de maneira gradual, a fim de evitar efeito rebote.
2. Procinéticos
De modo geral aumentam o tônus do esfincter esofágico inferior e promovem aceleração do esvaziamento gástrico. Não são muito recomendados na rotina devido a seus efeitos colaterais.
Bromoprida / Metoclopramida: podem provocar liberações extrapiramidais.
Domperidona: mais utilizada em casos difíceis por pouco tempo.
Em casos mais severos pode ser necessário intervenções cirúrgicas. O acompanhamento frequente do bebê é extremamente importante. Não deixe de levar seu filho ao pediatra.
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