domingo, 21 de setembro de 2014

TUBERCULOSE, SAIBA UM POUCO MAIS!

    

     
Embora atualmente não se ouça muito falar sobre esta doença ela ainda permanece sendo um problema de saúde mundialmente importante. O Brasil é um do países priorizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate a esta doença.
     A tuberculose é uma doença infeciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis de evolução crônica.  A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias. Afeta principalmente os pulmões, porém pode afetar outros órgãos do corpo como ossos, rins e meninges.
    

     A forma de manifestação da doenças é dividida em duas categorias sendo elas Tuberculose pulmonar e Tuberculose extrapulmonar:

Tuberculose Pulmonar     Os sintomas clássicos da tuberculose  pulmonar são: tosse persistente por 3 semanas ou mais, produtiva ou não (com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
     Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na criança maior, adolescente e adulto jovem.
    A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5º C. A sudorese noturna e a anorexia são comuns.
     A apresentação da tuberculose na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, pois é a forma pulmonar bacilífera, a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença.
    A busca ativa dos sintomáticos respiratórios é a principal estratégia para o controle da doença, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares. Consiste em uma atividade de saúde pública orientada a identificar precocemente pessoas com tosse igual ou superior a três semanas, consideradas com suspeita de tuberculose pulmonar.

Tuberculose extrapulmonar

     As formas extrapulmonares da tuberculose têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos.
    Sua ocorrência aumenta entre pacientes com imunocomprometimento grave, principalmente naqueles com AIDS.


DIAGNÓSTICO


Baciloscopia do escarro








A baciloscopia direta do escarro é o método principal no diagnóstico e para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar por permitir a descoberta das fontes de infecção, ou seja, os casos bacilíferos.
A boa amostra de escarro é a proveniente da árvore brônquica, obtida após esforço da tosse (expectoração espontânea).


Coleta de Escarro e Cuidados

     Orientação ao paciente:

     - Ao despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que esse escorra pela parede externa do pote.

     - Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição.

     - Orientar o paciente a lavar as mãos.


Radiológico




     A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose.
    
 Diferentes achados radiológicos apontam para suspeita de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar.






Prova Tuberculínica (PT)




    A prova tuberculínica consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos

     



 Observação muito importante é que os familiares e pessoas do convívio devem também fazer os exames para detecção precoce da doença.




TRATAMENTO

     Assim que haja a detecção de um caso novo de tuberculose o paciente deve utilizar máscara por 15 dias após o início do tratamento.


1. Esquema Básico


     Indicado para casos novos de todas as formas de tuberculose pulmonar ou extrapulmonar (exceto meningoencefalite).

     O tratamento consiste em 2 fases:
     - Fase Intensiva: Consiste em 2 meses de tratamento com o esquema RHZE (Rifanpicina, Isoniazida,Pirazinamida e Etambucol) A quantidade de comprimidos depende do peso do paciente.
     - Fase de Manutenção: Consiste em 4 meses de tratamento com o esquema RH (Rifampicina + Isoniazida). A quantidade de comprimidos depende do peso do paciente.



2. Esquema para Meningoencefalite

     Também dividida em 2 fases de tratamento com o mesmo esquema medicamentoso porém a fase de manutenção possui uma duração de 7 meses.
     A diferença também consiste na associação do tratamento com a utilização de um corticosteroide como por exemplo a prednisona por 4 semanas ou dexametasona intravenoso nos casos mais graves por 4 a 8 semanas, com redução gradual da dose.


     Existem ainda esquemas de tratamento diferenciado para casos de monoresistência ou multirresistência assim como para pessoas que possuem alterações hepáticas ou intolerância grave a algum dos medicamentos. Se alguém tiver interesse em conhecer estes esquemas por favor deixem nos comentários que faço um novo post sobre eles. 

     É comum durante este tratamento o aparecimento de alguns efeitos colaterais:
     - A rifampicina causa lágrima, suor e urina de coloração alaranjada. No início de tratamento recomenda-se o monitoramento da glicemia, pressão arterial e colesterolemia especialmente em pessoas que possuem diabete mellito, hipertensão arterial sistêmica ou hipercolesterolemia.
      - A pirazinamida pode provocar náusea e vômito, pode-se então fazer uso de um medicamento sintomático como por exemplo a metoclopramida (converse sempre com seu médico e farmacêutico antes de utilizar).Além disso causa fotossensibilidade por esse motivo é de extrema importância o uso de protetores solares. Artralgia não gotosa também pode ocorrer nesse caso juntamente com o aconselhamento médico e farmacêutico pode-se fazer uso de AAS ou um outro anti-inflamatório não hormonal.
     - A etambucol pode provocar náusea e vômito, pode-se então fazer uso de um medicamento sintomático como por exemplo a metoclopramida (converse sempre com seu médico e farmacêutico antes de utilizar).

     É extremamente importante o uso diário deste medicamento para que o tratamento seja bem sucedido, por este motivo hoje estamos utilizando como estratégia o Tratamento Diretamente Observado (TDO).


TDO - TRATAMENTO DIRETAMENTO OBSERVADO


    
O tratamento diretamente observado constitui uma mudanca na forma de administrar os medicamentos, porem sem mudancas no esquema terapêutico: o profissional treinado passa observar a tomada do medicamento do paciente desde o inicio do tratamento até a sua cura a fim de evitar o abandono do tratamento.
    A escolha da modalidade de TDO a ser adotada deve ser decidida conjuntamente entre a equipe de saude e o paciente. É desejável que a tomada observada seja diária, de segunda a sexta- -feira. No entanto, se para o paciente a opção de três vezes por semana for a unica possível, este deve saber que o medicamento deve ser tomado TODOS os dias mesmo os que não seja observado.


     Bom pessoal espero que tenham gostado, resumi um pouco sobre o que consiste esta doença e como ocorre o tratamento. Não há motivo para desespero pois existe tratamento e apesar de longo ele deve ser cumprido rigidamente. Até a próxima!

Jessica Laís Gehrmann





Um comentário:

  1. Excelente trabalho! Parabéns, tornei-me sua fã. maci_nogueira@yahoo.com.br

    ResponderExcluir