quinta-feira, 14 de março de 2013

DIABETE MELLITUS




Olá pessoal! Como vocês perceberam, hoje o nosso tema vai ser o Diabete Mellitus. Esse post é dedicado a uma amiga muito especial e querida, a Fabíola, que me sugeriu o tema. Mais uma vez o assunto é bastante extenso, então vou dividir ele em dois. Hoje falaremos sobre o Diabetes Mellitus tipo 1 e insulinoterapia. Então vamos lá!


    O Diabete Mellitus inclui um grupo de doenças metabólicas, que tem como principal característica a hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose. Esse níveis elevados podem ser resultantes de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. Porém, qual o problema que níveis elevados de glicose podem gerar, no decorrer do tempo? Este é o fator mais preocupante, pois causam lesões, disfunção e insuficiência de vários órgãos como: olhos, coração, sistema nervoso central e vasos sanguíneos.

DIABETES MELLITUS TIPO 1

    No Diabete Mellitus tipo 1 ocorre a destruição seletiva da células beta - pancreáticas (responsáveis pela secreção da insulina) devido a uma doença auto - imune. Há um processo de insulinite, onde estão presentes auto - anticorpos. Sendo em torno de 60% devido a uma causa genética e 40% devido a uma causa ambiental. 
    Ocorre geralmente em pacientes jovens e é frequentemente chamada de "diabetes juvenil". No entanto pessoas de qualquer idade podem desenvolver a doença.

    - SINTOMAS: 



 - TRATAMENTO: INSULINOTERAPIA




    Este tratamento tem como meta "imitar" a secreção endógena do pâncreas, com o objetivo de controlar a glicemia durante os vários períodos do dia, de maneira a evitar níveis elevados de glicose (hiperglicemia) e níveis baixos de glicose (hipoglicemia). Porém na prática isto não é tão simples de fazer, pois depende de muitas picadas e de uma monitorização rigorosa. Além disso o acesso a diferentes tipos de insulina, não é tão fácil muito menos muito barato!

    Vamos conhecer então, um puco sobre os tipos de Insulina:

- Insulina Humana 

  • Insulina Regular (R) 













    Insulina de ação rápida. São denominadas insulina solúveis e não modificadas. Devem ser utilizadas 30 minutos antes das refeições, para coincidir o pico de ação com a absorção do alimento. Duração da ação em torno de 5 a 8 horas. São disponibilizadas pelo SUS.


  • Insulina intermediária NPH
    Como o próprio nome diz, trata-se de uma insulina de ação intermediária. Uma modificação na estrutura da insulina, gerou a alteração na sua ação, ou seja, a absorção foi retardada. É utilizada em torno de 2 vezes ao dia 30 a 45 minutos antes das refeições. Duração de 18 a 24 horas.





- Análogos de Insulina

    São produtos sintéticos, provenientes de modificações na estrutura da molécula de insulina.

  • Ação ultra - rápida
    São elas as Insulinas asparte, lispro e glulisina. Essas insulinas possuem início de ação mais rápido que a Insulina Regular. Porém o tempo de duração do seu efeito também é menor.  Deve ser administrada imediatamente antes das refeições  ou imediatamente após a refeição. 



  • Ação prolongada
    São insulinas que quando comparadas com a insulina NPH apresenta ação mais prolongada. Tentam imitar a secreção basal de insulina. São elas a Insulina glargina e detemir. A Insulina Glargina deve ser administrada uma vez ao dia, pela manhã ou noite. A detemir pode ser aplicada uma ou duas vezes ao dia. Estas insulinas não devem ser misturadas a outras pelo risco da modificação da farmacocinética de uma delas.






- APLICAÇÃO:

    Para a aplicação de insulinas utilizam-se seringas , encontradas com apresentações de 30, 50 e 100 UI, ou canetas aplicadoras. As seringas permitem a mistura das insulinas para aplicação única, enquanto que as canetas são mais precisas e práticas. 











    Procedimentos para a aplicação: 

    1. Lavar as mãos com água e sabão;
    2. Dispor todo o material a ser utilizado sobre uma superfície devidamente limpa;
    3. Aspire com a agulha a quantidade necessária de insulina do frasco, verificando se há bolhas de ar na seringa. Caso haja, retire-as batendo levemente na porção final da seringa.
    4. Escolher a região onde fará a aplicação, lembrando sempre que deve-se realizar um esquema de rodízio, e limpe-a com um algodão embebido em álcool; 



    5. Fazer uma preguinha no local de aplicação e inserir a agulha reta (ângulo de 90 graus)



    6. Soltar a a preguinha e retirar a agulha;
    7. Descartar materiais reciclávis no lixo comum e a seringa com a agulha deve ser descartada dentro de uma garrafa pet. Quando esta estiver cheia, encaminhar ao posto de saúde mais próximo para que se dê o fim correto nesse material.




- HIPOGLICEMIA 

    Pessoas que possuem Diabete Mellitus devem sempre estar atentas a sinais e sintomas que indiquem  hipoglicemia, especialmente aquelas que fazem uso de insulina.
    A Hipoglicemia é a complicação mais comum por quem faz uso da insulinoterapia. Está associada principalmente a erros e irregularidades alimentares, a atividade física excessiva e mal executada e a doses elevadas de insulina.  Situações comuns do dia - a - dia que podem provocar hipoglicemia são:
- não realizar refeições nos horários programados, comer pouco, ou não se alimentar;
- consumir bebidas alcoólicas em excesso;
- erro na utilização da insulina;

     De modo a evitar essas situações, a pessoa que possui Diabete Mellitus, deve aprender a se alimentar, ou seja, balancear a dieta e seguir rigorosamente os horários, sem pular refeições. Deve evitar o consumo de álcool, se não for possível não ultrapassar o limite de uma dose por dia, ou duas doses por semana, entendendo que uma dose corresponde a 12g de álcool. Aprender a administrar corretamente o medicamento. Caso isso não seja possível contar com a ajuda de outras pessoas. E importantíssimo, aprender a reconhecer os sintomas da hipoglicemia:

- tremor
- tontura
- irritabilidade
- fome
- sonolência
- sudorese
- desmaios
- confusão mental
- batimentos cardíacos acelerados

    Ao perceber estes sintomas, procure se alimentar com alguma coisa e procure imediatamente o serviço médico, pois se o quadro não for revertido, pode-se chegar a um coma e até a morte.

ÚLTIMAS DICAS

    Procure dar bastante atenção a sua higiene pessoal, tomando cuidado ao se secar. Desse modo você evita a instalação de infecções secundárias.
    Procure estar se alimentando com regularidade, porém sem abusos. Leve sempre consigo, onde for um lancinho, como por exemplo um biscoite de água e sal.
   Ao sair para comprar ou buscar no postinho sua insulina, leve sempre consigo uma caixa térmica, pois a insulina em temperatura altas perde sua ação
    Ao chegar em casa, guarde imediatamente na geladeira sua insulina.
   Lembre-se esta doença ainda não apresenta cura, por isso cuide-se para que no futuro você  não sofra com as complicações. 
   Mesmo que nos exames seus níveis de glicose estejam dentro do referencial, isso não significa que você está "curado" e sim que os medicamentos que você toma estão fazendo seu efeito! NUNCA interrompa ou modifique a dose dos seus medicamentos sem o conhecimento do seu médico. Não escute balconistas, vizinhos e parentes. 
   Observe sempre a presença de machucados, principalmente nos pés, onde sua sensibilidade encontra-se menor. Qualquer machucado mal cuidado, evolui para casos complicados.







Bom, ainda existem muitas coisas para falar sobre este assusto e muitas outras orientações especiais para cada pessoa. Falei de um modo geral e com o que eu presenciei na prática da farmácia. Mas qualquer dúvida ou sugestão não deixem de falar. Procurem conversar com o médico e o farmacêutico da confiança de vocês. Deixo aqui a sugestão de um site para você darem uma olhadinha Sociedade Brasileira de Diabetes: http://www.diabetes.org.br/ . Próximo post falaremos sobre Diabetes Mellitus tipo 2 e outras terapias. 
Obrigada!!!
















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